Basta apenas falarmos em música
que logo percebemos a grande diversidade de gêneros, ritmos. Olhando por esse
lado, até que tudo parece bem, mas basta falarmos ou encontrarmos ritmos ou
gêneros que não gostamos para que os verdadeiros duelos aconteçam.
Ah, eu não gosto de funk! Ah,
Rock é coisa de satânicos! Reggae não presta! Ah, Brega é muito brega! Quantas
interjeições que se tornam tão presentes em nosso cotidiano. Começando a minha
explanação gostaria somente expressar o que considero como certo. Se não
concordares com o que falo, apenas lhe digo: É um direito seu.
Voltando ao assunto, fico
imaginando se o mundo não evoluísse ou passasse por transformações, o que seria
de nós. Ao mesmo tempo em que defendemos a tecnologia e a globalização,
criticamos as variações musicais em que estamos ou somos “obrigados” a
conviver. Não é porque não gosto de um gênero, que me garante que não vou
escutá-lo, pois para sua (in)felicidade, seu vizinho pode lhe proporcionar
estas audições.
O fato é que em todo processo
artístico, sempre a humanidade proporcionou estas grandes batalhas. Basta
lembrarmos do surgimento do Modernismo, com a Semana de Arte Moderna, em que a
sociedade ficou chocada com textos que rompiam com a métrica e estilos
presentes. Na época, como hoje, tiveram os que destetaram, outros que
defenderam. E como resultado, tivemos o surgimento de excelentes autores,
pintores, músicos. Sobrevivermos ao modernismo e chegamos, enfim ao Mundo
Contemporâneo.
Prezados leitores e leitoras,
hoje falamos muito sobre o respeito ao próximo, acredito que isso inclui seus
gostos musicais. Existe sim, hoje, um preconceito a respeito dos ritmos,
estilos e gêneros surgidos ou desenvolvidos nas regiões periféricas de nossas
cidades. Esses muitas vezes falam apenas de cenas e desejos cotidianos de
muitos, outros apenas caem no gosto por repetirem uma única palavra em um ritmo
cadenciado ou não (o que esperar, se o gosto e investimento em educação e
cultura ainda são básicos), e em nossa correria não termos tempo de apreciarmos
a letra; outros ainda, colocam o sexo e o mundo erótico como enfoque, assim também
em toda época houve músicas tradicionais e populares que expuseram esses temas.
O certo, é que tudo isso mostra
que a HUMANIDADE ESTÁ VIVA, e essa vitalidade proporciona a variedade, ou não
nos orgulhamos de ser um país com uma diversidade de culturas. Basta escutarmos
e perceberemos que a música é feita de silêncios e Sons; de Harmonia e também
porque não dizer de Desarmonia (o que falar do Frevo, uma “crítica as marchas”).
Não pretendo convencer ninguém a mudar seus gostos musicais, nem eu quero mudar
o meu. Mas é urgente, um consenso entre saber o que gosto e respeitar os que os
outros gostam. Se os outros não compreendem isso em ambientes públicos, o jeito
é aproveitarmos das tecnologias e termos sempre por perto um fone de ouvido.